Começo do processo com envio do dossiê

10 de setembro de 2010

Coisas do Brasil


Há! A lembrança de lugares e feitos de minha infância, isso não encontrarei mais, em meu futuro está outra terra outro feitos, mas mesmo em outras terras me seguem a lembrança e a amizade daqueles que por aqui ficaram.

Estou no Brasil, na hora rush, e agora? Pense em alguém que faz meses que não dirige um carro com cambio manual... que as vezes esquece de trancar as portas, que não consegue mais prever em quais ruas é possível passar nesta hora. Por que tem tanto carro por aqui? É uma loucura após as 17:00 a velocidade média do trânsito do Recife fica entre 5 e 10 km/h .

Por que aqui tem tanta gente por toda parte? Nas margens do Capibaribe moram muitos, alguns em prédios altos e belos, outros amontoados em palafitas de papelão e madeira de demolição, seres humanos em condições desumanas, como é que tanta ente se sustenta com uns 310,00 Cad por mês, como pode o trabalho ser tão desvalorizado?

Fecho olhos e o Brasil entra pelos ouvidos, ouço quem fala com orgulho de mal-feitos e desrespeitos, o carro de som que toca o gingle do neto, mais novo e mais inútil, de um velho político. E eu escuto “haa, essa novela fala muito sobre esse assunto”, que bom que temos as organizações Roberto Marinho para formar a opinião dos brasileiros, onde quer que eles estejam.

A distancia de nossa terra natal nos traz mais forte o orgulho de nossa nacionalidade, mais então voltamos ao nosso “contré” e... Poxa que dificuldade, mas tudo bem, depois das eleições eu volto para Glenmount.

Ainda assim pequenos prazeres de minha terra natal me aliviam a saudade de minha casa, em Montreal claro. Uma boa Coca-cola do Brasil, no Canada quando se abre uma Coca ela faz: tsshhh, mas a gente não faz “o ahhhh!” Como fazemos aqui. Humm hoje comi um saboroso inhame com queijo, lá também tem, mas se chama Yam, e é amarelo, não é com o daqui. Que bom ir no Boticário, levar um pouco dos bons cheiros daqui. Acho que vou fazer uma tapioca.

Alguns falam em se sentir imigrante, não ser completo, nem brasileiro, nem canadense, isso não penso, ainda não. Me sinto alguém que se mudou para um outro bairro e está muito feliz com a mudança.

8 de setembro de 2010

Caçando quebecois


Vídeo legal este, gosto muito, mas fico pensando por onde andam esses quebecois?

Montreal é uma cidade de imigrantes, eu arriscaria dizer que aqui para cada 10 pessoas com quem falamos em francês umas três são quebecois, :) talvez 1 "de suche", (quebecois de família tradicional). Mas são gente muito boa, só que em Montreal parecem ser minoria. O supermercado que vou é italiano, os funcionários do Tim Hortons são imigrantes, dando duro por uma primeira experiencia de trabalho no Quebec, falando em trabalho, os funcionários do CLE também são imigrantes.
Falei do CLE mas este não conta pois tenho que ir em Cote des Neiges pois moro perto e em CDN a população de imigrantes é bem grande.

Na região de Montreal as pessoas escolhem seus grupos e se relacionam entre si, os imigrantes mais ou menos misturados, mas preferem relacionar-se com outros de mesma língua ou cultura. Os quebecois relacionan-se mais entre si, não que se recusem a relacionar-se com as outras comunidades, mais por causa das barreiras linguísticas e por ter um circulo de amizades consolidado acaba se isolando em um outro mundo, condições económicas também dificultam a aproximação.

Na prática não é sempre que vemos um quebecois no mercado chinez, ou na loja de usados, também é um pouco dificil uma criança imigrante ter vaga em uma CPE onde a maioria entra por indicação, é... eu sei que tem uma fila. Quem passou pelo processo sabe tem que esperar, um dia a cartinha chega, no Canada é o mesmo. No Canada também tem cartinhas e ir à caixa do correio acaba virando uma obsseção. O importante é que um dia nos damos conta que as coisas estão se organizado, que já falamos melhor a língua, que somos aceitos e a vida continua, ou recomeça.

Vendo o vídeo lembro que o inverno está chegando o calor ainda fez algumas aparições em setembro, mas em breve estaremos todos com esses casacos, fazendo anjos de neve, descendo montanha, congelando os silios, hehe, congelar os sílios acontece.

3 de setembro de 2010

Crônica de quem voltou

É voltei, estou em Recife. Vim fazer umas visitas, meio imprevistas.
Tive que vir e aqui estou, viagem super longa, um trecho GRU-REC tão turbulento que pensei que não seria servida a refeição, que na verdade pouca gente se animou a comer de tanto que o avião balançou.

Primeiras impressões, foi muito estranho depois de algum tempo falar em português com quem a gente não conhece. Aeroporto de Guarulhos aquela situação, Internet sem fio que tem que pagar ou ser cliente TIM, sei lá, a fila de check-in da TAM enorme, o fuso horário que quase me faz chegar atrasado para o embarque.

Foi muita canseira e a nossa paciência também se cansa. O avião atrasou e quase uma hora, podia ter acontecido em qualquer lugar. Peguei o Avião São Paulo Recife fiquei ao lado de um casal, duas figurinhas típicas do Brasil, somos jovens e riquinhos e meu celular faz coisas incríveis. Na hora do desembarque estávamos na segunda fila e o casalsinho preferiu ler o jornal e esperar todos saírem do avião, depois de quase 24 horas de viagem... Pedi licença e passei por cima. Cheguei em Recife na hora do rush, fazia tempo que eu não via tanto carro junto fazendo tanta coisa estranha. Fui procurar um computador para acessar a internet, no escritório onde eu estava, quase sete horas da noite as pessoas ainda estavam por lá, disseram que não vali a pena sair na hora do rush iam chegar em casa na mesma hora se saíssem mais tarde.

Agora a diferença... Liguei para a minha esposa 18:30 da tarde ela estava no parque brincando com as crianças e conversando com os vizinhos... E aí turma vale a pena deixar aquele emprego bonzinho e se aventurar? Sei que no Canada tem gente que não consegue um emprego na área, provavelmente falta de assessoria, e fica lembrando do emprego bonzinho e que está garantido quando voltar. Mas que garantia se tem aqui, para ir na padaria temos que ir de carro. E é bem por isso que a quantidade de carros de Recife é igual à quantidade de pessoas em Montreal.

Sinto falta de muita coisa do Brasil, mas muita coisa que já não temos mais, carnaval tranquilo, ir à praia sem medo de ter a casa invadida durante a noite, pedalar na mata de Dois Irmãos sem medo de cruzar com um cativeiro e com os sequestradores, a lista é grande deixa pra lá vocês já entenderam.

Sinto falta de Montreal.